2º relatorio do ateliê coletivo Embira na GHM.

2º Relatório Ateliê Coletivo Embira

Componentes: Alex Vieira, Vinicius Guimarães, Rafael Genuíno e Julio Tigre.

Orientador: Julio Cesar da Silva

Data: Outubro 2009

Este relatório foi elaborado a partir das conversas no ateliê e acompanhamento da produção dos componentes do coletivo.

Tópicos de discussão:

1-O papel gerador do espaço (lugar) e dos materiais disponíveis.

2-Interpenetrações de praticas e conceitos

3-Ações individuais, desdobramentos da linguagem

1 – Cada propositor trouxe para dentro do ateliê seus mecanismos e materiais, instrumentos que de certa forma acabaram por tornar o ateliê um espaço eclético no que diz respeito às técnicas, um deles vem aglutinando as atenções do grupo, a Xerox de Alex.  Este mecanismo de reprodução vem sendo manipulado de forma diferenciada pelos três artistas cada qual inserido em sua pesquisa pessoal. A disponibilidade deste instrumento proporcionou uma característica superficial nos resultados dos três artistas, as pesquisas acabam por tencionar o mecanismo revelando os interstícios de como trabalha a maquina em seu processo de reprodução da imagem.

2 – Definida a divisão do espaço do ateliê o grupo deu inicio a produção individual no desenvolvimento de um trabalho pessoal que vem apresentando interseções e influencias recíprocas alterando os procedimentos e por conseqüência também os resultados.

Ha também uma preocupação em trabalhar o lugar como um ponto de convergência de outras atividades desenvolvidas de forma coletiva, a construção de um banco de dados em material impresso e digital, mapeamentos dentro de produções plásticas de interesse geral do grupo, desdobramentos quanto às atividades coletivas do grupo, discussão de projetos futuros, busca por editais para projetos coletivos.

3 – As dinâmicas dentro dos processos criativos individuais apresentaram neste primeiro mês de produção a retomada de proposições geradas anteriormente de forma solitária como ponto de partida. Os encontros no ateliê proporcionaram um debate ampliado sobre a linguagem da pintura que vem determinando o tom geral dos caminhos que vão sendo traçados à medida que avançam. As reflexões acontecem na medida em que a produção avança, isto é, elas não norteiam a produção traçando desdobramentos, acontecem no aparecimento das questões dentro dos processos sem caracterizar um estudo dos mesmos, pois não estabelecem uma analise dos vestígios de percurso. O debate franco no fragor (fulgor) da produçao.

Alex vem desenvolvendo sua pesquisa com a Xerox explorando excessos no manuseio da maquina, buscando pelos erros tendo como foco a expressão. As duas primeiras imagens produzidas no ateliê já demonstraram uma tendência distante da narratividade presente em trabalhos anteriores, tanto nas escolhas das reproduções quanto nos adensamentos das intervenções mais pictóricas, seu investimento em áreas com manchas tem aumentado. Mantém o preto do tonner e o branco do papel, reforçando a origem gráfica de sua pesquisa, ainda presente nos trabalhos a massificação com imagens díspares em encontros fortuitos. Os trabalhos recentes são mais tendenciosos, sua seleção recai em ilustrações que num psiquismo automático propõe encontros nas escolhas aparentemente aleatórias.  Transfere para a maquina parte considerável da construção da fatura de suas colagens. Numa primeira analise observou-se uma ampliação das escalas, tanto no que diz respeito ao plano as dimensões dos “painéis” que ele vem empregando quanto na escala das imagens, as conseqüências podem ser observadas em separado: trabalhos em que pela ampliação acabam revelando alterações nos contornos destituindo-os como meros contornos ganhando presença como mancha. Quanto ao aumento da escala do plano proporcionaram uma proliferação considerável de materialidade produzida pela sobreposição do formato A4.

Vinicius vem propondo que seu desenho seja denominado como pratica, isto fica mais claro nos resultados que vem obtendo neste procedimento, ensaios não concludentes, não são obras, fazem parte de um processo que não finda nos resultados. Sua apropriação da maquina de Xerox é reveladora numa questão que surgiu dentro das conversas no ateliê, ele propõem que seus desenhos são produzidos numa busca de não estar pensando sobre eles na hora de sua execução, ele insiste que também procura não pensar em nada neste momento, a ingenuidade por trás desta afirmação termina assim que podemos ver os resultados de sua “pratica” com a Xerox, Vinicius coloca em marcha a construção daquilo que denominou como “Cosmoxerox” inicia usando a Xerox para reproduzir uma folha em branco, à medida que vai aparecendo vestígios ele explora a possibilidade de ampliação cada vez que repete a ação, obtendo manchas que vão ocupando toda a folha subseqüente ate obter a ultima página totalmente negra. Este seqüência cria uma espécie de possível animação como num flipboock, inicia com a folha em branco (metáfora dos vazios), somando-se se chega ao pleno (cheio) negro, este procedimento revela-se na frase de Lincoln Guimarães em “Algum lugar algum” “A insistência em somar zeros acaba por fazer chegar a um.”

Rafael tem procurado aglutinar a imagem obtida por meios de reprodução mecânica à matéria crua dos fragmentos das madeiras usadas que vem empregando, a difícil tarefa de misturar óleo e água, não se mesclam, mas juntos produzem uma nova superfície, ou melhor, produzem uma alteração das profundidades obtidas pelos orifícios circulares que o artista vem produzindo nestes planos irregulares. O problema parece existir nesta afirmação da matéria como elemento expressivo que a imagem nega de certa forma. No primeiro conjunto executado neste mês isto fica evidente, estes dois elementos dos trabalhos parecem superpostos. Sua produção propõe de imediato este confronto fomentando a reflexão a respeito destas duas superfícies de naturezas tão diferentes, uma pela especificidade na representação a outra pela realidade de apresentar-se tal como é encontrada. As madeiras manipuladas anteriormente ganham uma fatura produzida em dois momentos: pelo uso aliado a sua função e pelo desuso, uma fatura rica em detalhes, as incisões que Rafael produz sobre o conjunto lembram aquela busca por uma dimensão presente em Fontana (Através de… por dentro de…). O vidro ainda é um elemento que busca aglutinar a imagem gráfica reproduzida pela serigrafia a este corpo sólido um simulador que vai aos poucos galgando a categoria de matéria dentro da pesquisa.

Overflow

Estes três caminhos fornecem argumentos para a ampliação dos conceitos que vem a tona dentro da prática. Artistas como Rauschenberg, Philip Guston e Lucio Fontana entres outros proporcionam estofo para a complementação de nossas conversas, este material estará sendo disponibilizado no  https://embira.wordpress.com.

Julio Cesar da Silva

Orientador

Relatório do período 15 de setembro ao dia 15 de outubro

Neste ultimo mês, a ocupação tem tomado mais corpo, já podemos vivenciar um ambiente de trabalho com uma estrutura propícia à imersão, a experimentação e a troca de idéias.

A configuração do espaço em agrupamentos de funcionalidades se deu com a participação espontânea de todos. Por exemplo, Júlio e Raphael se instalaram em uma determinada área, uma espécie de oficina de marcenaria, do outro lado Alex havia configurado um espaço para impressões serigráficas e ainda junto com Vinícius organizaram uma área como escritório/agência com equipamentos e funcionalidades adequadas à produção gráfica.

A partir dessa configuração espacial e com esse passado de tempo, naturalmente contaminamos uns aos outros nos modos de fazer e também pensar sobre nossas produções. Aos poucos entendemos e compartilhamos nossas individualidades. Já podemos perceber nossas confluências como uma experiência que se está a enriquecer nossos modos de produção abrindo novas variáveis, num âmbito mais livre e abstrato que tange as bases de formação de qualquer artista, a experimentação.

Três endereços virtuais encontram-se atualizados e disponíveis para visitas:

https://embira.wordpress.com
http://flickr.com/embira
http://twitter.com/embira

Estes endereços estão sendo divulgados pela internet e de mão em mão no formato flyer.

Vinicíus Guimarães

O compartilhamento de um mesmo espaço com o grupo tem ainda me trazido um pouco de ansiedade,  esta que as vezes me paralisa ao invés de me propulsionar. Tenho me preparado para a experimentação de novos suportes, não mais papéis e pretendidos em formatos grandes. Tenho me confortado com algumas leituras individuais, e também com uma ou outra experimentação por influência do espaço.

Uma experimentação que considero valiosa foi realizado a partir da utilização da máquina de xérox de Alex, do resultado ainda não tenho resolvido a montagem enquanto que também busco refletir em busca de uma formulação textual complementar. Acredito que nas próximas semanas tenho resolvido estas questões e posteriormente estarão publicados no blog e no flickr.

Raphael Genuíno de Araújo

Este mês dei continuidade à pesquisa anterior e a produção vem ganhando força e volume. Isto devido ao ambiente propício que vem se criando no ateliê, através de conversas com os membros que compõe e dividem o espaço do ateliê e aquisições de equipamentos. Os materiais coletados anteriormente, frutos da construção e demolição civil, principalmente ferro, vidro, madeira compõe a maior parte do trabalho que foi feito. Exploro as características próprias de cada material como a transparência do vidro, a oxidação do ferro, as cores e marcas deixadas nas madeiras. Além dessas informações já contidas, no material utilizado, agrego novas informações como furos e impressões serigráficas.

Alex Vieira

No mês de outubro retomei minhas pinturas que integrarão a exposição “Lote 64”, programada para janeiro na Galeria Homero Massena. Com a ocupação do ateliê pude experimentar composições utilizando serigrafia e realizar mais de um trabalho simultaneamente, o que em casa era impossível. Também pude conversar com o orientador e com os outros bolsistas sobre nossas pesquisas, gerando debates sobre questões pictóricas e conceituais.

1º relatorio do ateliê Coletivo Embira na GHM

1º Relatório – Ateliê Coletivo Embira

Componentes: Alex Vieira, Vinicius Guimarães, Raphael Genuíno e Julio Tigre.

Orientador: Julio Cesar da Silva

Data: Setembro de 2009

Este relatorio além de apresentar a instituição as atividades desenvolvidas no ateliê em cada mês, apresentará análises conceituais dos processos de seus componentes.

Topicos de discussão:

-Nas reuniões foi discutido o nome a ser dado ao atelie, por fim ficou decidio  o nome EMBIRA para o coletivo.

-Foram definidos entre os participantes os recursos para a compra dos materiais para o ateliê, assim como a adequação do espaço.

Ação do grupo:

A constituição do lugar.

A primeira atividade no ateliê de pintura da Galeria Homero Massena foi  dedicada a ocupação do local. Num primerio momento cada um dos componentes do coletivo buscou levar para o espaço do ateliê os materiais com os quais pretende desenvolver seus trabalhos, tanto as  ferramentas individuais como as coletivas. Buscaram organizá-las de forma a demarcar cada qual seu espaço dentro dele. Esta demarcação vem se fazendo por uma contribuição aleatória de cada um dos particiapantes.

Conceitos:

¨Um ateliê define-se como um lugar ideal para a criação, arrisco afirmar que acaba por se transformar num sítio específico onde se desenrola os processos. Sítio específico numa definição de que o local depois de imantado pela presença do artista que o reorganiza conforme seus interesses propicia a interação entre o agora lugar constituido e a criação por vir. O conceito de lugar aqui define-se como a presença de um sujeito que redimensiona e resignifica o local anteriormente localizado como um ponto meramente geográfico. A partir da sua ocupação transforma-se paulatinamente neste sítio específico nas relações estabelecidas entre sujeito e local, estabelecendo aí  a idéia do pertencimento na medida em que surgem os afetos. Num ateliê coletivo estas demarcações vão sendo estabelecidas por afinidades entre os componentes, apesar de tentativas em não se estabelecer territorialidades, estas acabam por se estabelecer de forma inconsciente pelo fazer de cada um¨.

Das práticas do espaço.

Os materiais que vão se acumulando no ateliê possuem caracteristicas seletivas distantes dos convencionais, as máquinas de xerox de Alex, mesas de luz e telas de serigrafia deixam evidente as praticas de reprodutibilidade de imagens.

Raphael apropria-se de lâminas de vidros e madeiras usadas e pretende trabalhar com intervenções no suporte cortando-os e furando-os para obter uma espécie de aprofundamento do plano. Seu espaço possui características de uma popular marcenaria ou vidraçaria.

Vinicius ainda pretende avançar com materiais convencionais do Desing gráfico, organiza seu espaço como num estudio, uma mesa para desenho e outra mesa de luz ele apresenta uma finidade próxima a Alex nesta organização.

Estas diferentes ocupações do ateliê já prefiguram um entroncamento entre “matéria e imagem”, os processos individuais provavelmente vão se alterando pela convivência destes dois eixos.

Inicia-se agora em outubro uma jornada de produção que pretendemos acompanhar, produzindo uma breve reflexão dos processos criativos observando as intercessões entre eles.

Parte substancial deste material será postada mensalmente neste endereço virtual que faz parte das propostas do grupo no projeto apresentado ao edital,  aqui estará disponibilizada a todos aqueles que tiverem interesse em participar postando comentários ou visitando o ateliê.

Julio Cesar da Silva (Prof. Orientador)

Raphael Araújo

Desde início meus trabalhos são voltados para a colagem. No começo usava só papel (xerox, revistas, livros escolares) que eram bem próximos segundo ao gênero. As primeiras colagens lembram um pouco os trabalhos de Heartfield. Pela temática de cunho provocativo/ político e a estética de fotomontagens que criavam cenas e situações absurdas. Após algum tempo, perdi o interesse por este tipo de colagem que me parecia muito ilustrativo e gráfico nestes trabalhos. Passei a experimentar outros elementos e diferentes técnicas para fazer colagem. Estas passam a ser compostas de papelão, revista, jornal, xerox, folders, cartazes, decalques e também sofrem interferências da serigrafia, desenho e moldes vazados. Sinto interesse pela a apropriação e a sobreposição de elementos. Onde se criam camadas de diferentes extratos e surgem transparências, texturas de acordo com as propriedades dos materiais inseridos. Nestes trabalhos iniciais há um excesso tanto no material quanto nas ações, que transmitem ansiedade na busca. São tantos procedimentos sobrepostos que não são raros os trabalhos se perderem durante o processo.

Em um momento posterior, incluo às colagens, pequenos objetos como parafusos, pregos e lascas de madeira. Para dar sustentação a estes, é necessária uma base mais rígida. Assim, o suporte que já carrega elementos, como cor, forma, materialidade, começou a ganhar importância dentro da minha pesquisa. Passo a me apropriar das informações que ele já traz para compor os trabalhos. Surge também à possibilidade de interferir diretamente sobre o suporte provocando mudanças físicas alternando seu formato e superfície através de incisões, com cortes e produtos químicos que reagem em contato com o suporte.

Surgiram alguns trabalhos nos quais uso algumas chapas de ferro, encontradas no lixo. Para serem usadas como base de minhas colagens e serigrafias. Estas chapas, em geral, estão em estado de decomposição e são usadas da maneira em que são encontradas. Chama-me a atenção como o suporte integra, compõem e reage aos elementos que são agregados a ele. Durante o tempo que o suporte se desfaz se vê uma constante mudança do trabalho. Os últimos trabalhos que realizei foram utilizando madeira. Fiz algumas composições levando em consideração as características que o suporte já me trazia como cor, tamanho e vestígios de suas antigas funções. Sobre a madeira realizei sobre a madeira interferências diretas sobre o material utilizando diversos tipos de ferramentas.  Faço incisões, que remetem ao gesto e deixam o rastro dos objetos que foram utilizados para faze-los. Este interesse reforça um interesse cada vez maior em registrar as ações feitas. Algo em que ainda tenho que pensar.

Vinicius Guimarães

Dou início a minha pesquisa em contraposição a um desgaste de uma experiência profissional intensa em agências de design e publicidade. Neste período parei de desenhar porque não achava meu desenho adequado aos padrões da ilustração publicitária.

Tempos depois, de uma aproximação com o pensamento e a produção artística, decido retomar ao desenho como forma de livrar-me de meus preconceitos dando inicio a um novo pensamento: começar do zero.

Assim me aprofundo na pesquisa da linha, do traço e do gesto. Exploro as potencialidades de materiais banais, do cotidiano. Prefiro utilizar recursos simples, quase amadores, como por exemplo a caneta esferográfica ou caneta piloto, como elementos a tencionar o plano-bidimensional.

Como compreendo este meu processo de criação de modo tão natural como um conhecimento quase inconsciente no qual não procuro me aprofundar em possíveis justificativas em quanto produzo, tive uma certa dificuldade em descrevê-lo.

A pouco tempo por sugestão de professores e amigos conheci o trabalho da artista Mira Schendel com o qual me identifiquei. Esta aproximação contribuiu muito na busca por reflexão e compreensão de meu trabalho.

Assim passo a entender minha pesquisa como um exercício da busca do simples, longe de qualquer espetacularização da obra de arte.

Tento me aproximar de um estado inconsciente, na verdade, uma imersão às vontades puras, não muito racionais, tento apenas responder aos impulsos de desejos.

A cada página tenho um novo registro de um gesto, de uma ocasião, e daquele estado de consciência momentâneo. Partindo do Zero é o nome dado à série resultante desse processo. A cada página uma nova estória, como um exercício que se inicia do zero em diante.

Alex Vieira

maquinas

Há alguns anos produzo colagens utilizando enciclopédias, jornais, revistas, anúncios publicitários e diferentes materiais gráficos. A fotocópia sempre foi um instrumento para a produção desses trabalhos, o que me motivou a comprar uma máquina copiadora.

Atualmente estou produzindo uma série de trabalhos relacionados às máquinas fotocopiadoras que adquiri. Intitulei esta pesquisa como Lote 64 (que é o lote no qual arrematei as máquinas) e inclui painéis de diferentes tamanhos utilizando colagem de papel sobre madeira, tinta preta e branca. Paralelamente as colagens, produzo livros, sobrepondo diversos(as) materiais/mídias a partir da cópia xerográfica, chamo estes livros de Desciclopédias, pois partem da idéia de organização universal do conhecimento, mas apresentam-se desconexas e sem potencial didático, são enciclopédias inúteis.

Lote 64 é o processo/resultado da utilização de copiadoras para a criação de um não-conhecimento. Influenciado diretamente pelo Dada e Kurt Schwitters, que em sua arte “merz” agregava sua carga cotidiana às suas colagens; a escola patafísica de Alfred Jarry; Grupo Fluxus e pelos experimentos xerográficos de Paulo bruscky. A relação entre máquina e homem, trabalho e pensamento.

Nunca trabalhei num ateliê coletivo, exceto na universidade, mas considero esta experiência valiosa, pois além do contato com diferentes pessoas, trocamos opiniões, sugerimos referências e enriquecemos as pesquisas em conjunto.

Apresentação

O Coletivo Embira é o grupo que atualmente ocupa o segundo andar da Galeria Homero Massena (Vitória – ES). Formado por Alex Vieira, Raphael Araújo, Vinícius Guimarães e orientação de Julio Tigre. Este coletivo surgiu a partir da aprovação no Edital 014 da Secult (Secretaria de Estado da Cultura – ES), referente a ocupação do Ateliê de Pintura desta galeria. Abaixo segue o primeiro texto de Julio Tigre sobre cada um dos três artistas envolvidos no projeto.

Alex e Raphael conduziram suas realizações iniciais para a apropriação de imagens prontas e o emprego de técnicas de reprodução de imagens.
Nos trabalhos de Alex comparece uma intenção mais narrativa nas colagens. Seus trabalhos dialogam com o impresso, a produção de uma publicação. Tem como atividade paralela a editoração e publicação da revista Prego.
Raphael busca sobrepor as imagens de maneira massiva compondo extratos de informação. Importa-lhe nos últimos trabalhos uma presença cada vez mais explicita dos materiais e dos procedimentos.
Vinicius se destaca com uma proposta tratando com rigor a busca pelo essencial. Seus desenhos reafirmam o plano e a importância da composição. Ultimamente a troca do papel por outros suportes vem acrescentando novas superfícies como informação.

Júlio Tigre